#4. Fake Palindromes
Picture: Brooke Shaden, "The Person in the Reflection", self-portrait April 2021
Voice inside: Andrew Bird – Fake Palindromes – Andrew Bird & the Mysterious Production of Eggs, 2005 (https://www.youtube.com/watch?v=l01rGqgzHLQ)
Quantos de nós ousamos ser apenas e só aquilo que somos, sempre?
Quantos de nós fincamos pé no que somos ao sermos lidos de trás para a frente e da frente para trás? Por mais do que uma pessoa? Em mais do que um momento?
Não espelharemos também sombras e reflexos daqueles marcam em nós presença assídua e constante? Não construiremos parte do que somos nas vivências, nos encontros e nos desencontros que vamos tendo? Eu sim. Consigo identificar influências externas nas minhas mudanças de rumo, nas consolidações do que sou agora e no abandono de perspetivas em que já me revi. Melhor: Consigo entender hoje que a minha perceção daquelas interações, naquele determinado espaço temporal, me conduziram a escolhas – mais ou menos conscientes - que me trouxeram à pessoa que sou hoje. E isto não me volatiza, mas adensa-me. Sobretudo na consciência dos ganhos e no desapego das perdas.
É sobretudo na relação que estabeleço com as pessoas que me edifico – e esta é uma das principais razões para eu gostar delas, das pessoas… mesmo das que me trazem irritação, desespero ou impaciência. E das pessoas que me fizeram - ou me fazem – há-as com diferentes pesos e periodicidades: as constantes, as intermitentes e as ‘one hit wonder’ - que influíram no meu percurso uma única vez, por minha vontade ou por decreto do acaso.
...
Já te disse, mais do que uma vez, que és das pessoas mais ricas que conheço. Mas talvez não te tenha explicado o conceito de riqueza associado à gaveta em que te arrumei. És uma pessoa rica na miríade de agitações que provocas em mim. És intenso, desafiante e raro. E provocas-me sem despenderes muita energia nisso.
Na tua calma aparente, agitas a minha mente – e, às vezes o meu corpo, não me vou enrolar em falso pudor - de uma forma absolutamente incrível. Agigantas-me perspetivas, em vários domínios, e eu tomo consciência da minha pequenez. Sem dares por isso, levantas questões dentro me mim sobre a minha forma de experienciar o mundo.
Às vezes desesperas-me na tua inflexibilidade. Na forma como me despes das capas com que me cubro – ou cobria, porque já sei que não vale a pena. Às vezes angustias-me porque não quero que me leias de uma determinada forma, e tu insistes nisso. Preferia só que te deixasses ler. E isso tu não fazes.
E é por isso, que às vezes – mas mais hoje – queria mesmo era perfurar a tua cabeça. Para me esgueirar lá para dentro e beber mais de dentro de ti. Dos sítios onde não me permites.
Talvez pudesses sentir-me aí. Assim como à ânsia que tenho de ti.
My dewy-eyed Disney bride, what has tried
Swapping your blood with formaldehyde?
Monsters?
Whiskey-plied voices cried, "Fratricide!"
Jesus, don't you know that you could've died
You should've died
With the monsters that talk, monsters that walk the earthAnd she's got red lipstick, and a bright pair of shoes
And she's got knee high socks, what to cover a bruise
She's got an old death kit she's been meaning to use
She's got blood in her eyes, in her eyes for you
She's got blood, in her eyes for youCertain fads, stripes and plaids, singles ads
They run you hot and cold like a rheostat, I mean a thermostat
So you bite on a towel
Hope it won't hurt too badMy dewy-eyed Disney bride, what has tried
Swapping your blood with formaldehyde?
What monsters that talk, monsters that walk the earthAnd she says, "I like long walks and sci-fi movies
If you're six foot tall and East Coast bred
Some lonely night we can get together
And I'm gonna tie your wrists with leather
And drill a tiny hole into your head"
I wanna drill a tiny hole into your head